Beira do rio
Seguindo a beira do rio
Entre as duas pontes
Pela parte que caiu
O barranco é cartão postal
Mas, a vida insiste
E o bem se mistura com o mal
A mulher buchuda
Passa desinibida
Pede uma bebida
Como quem pede ajuda
Tem sempre um pagante,
Num boteco flutuante
Que na hora lhe acuda
Tem barqueiro, seringueiro,
Cantador
Estrangeiro comprando
E mulher vendendo amor
Do lado de cá
Tem pêefe com bisteca acebolada
Galinha caipira,
Bife do olhão, cachaça com limão
Costela de tambaqui assada
Na pensão da Nazira
Numa mesa um jurista
Bebe cerveja e lê jornal
O engraxate trabalha
A mulher sacode a toalha
Da mesa do turista
Que pede um pires com sal
Lá num canto,
Mais perto do barranco,
O poeta que presta atenção
Se pergunta como
Nunca tinha vindo desse lado do rio
E se perturba bruscamente
E começa a escrever o que sente
Sobre esse mundo que só o olho dele,
Do jeito dele viu.
Um comentário:
Diga lá Braga!!! Quanto tempo seu lezo!!
Parabens pela letra do mercado. Essa é pra tocar na Radio Aldeia, e fazer sucesso.
Abraçoaçú
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