quarta-feira, 27 de julho de 2011

Pênalti

sábado, 23 de julho de 2011

Novamente

Republicando

Coragem no cós

Chega de ser bonzim,
Pelos ôto, morrer sozim
Pa virar nome de praça

Chega de ser herói

Porque, lhe digo, ói:
Fica tudo é de graça

Tu vai pos carai, ele fica

E sempre essa gente rica
Num liga pra nada, não

Fecha é tua boca na pólva

E depois que tu desce à cova
Tuas coisa, eles passa a mão

Que jeito? Vamo morrer, sim

Mas levano umeno unzim
Desses que quer levar nóis

Na peixeira, no braço,

Na baladeira, no laço
Com a coragem no cós

E quando vierem falar

Que eles só quer ajudar,
Bota as barba de môi

Senta-lhe a mão no cangote

E enfia no bruto um lingote
Mermo no mei dos ôi.

quinta-feira, 21 de julho de 2011

Márcio Chocorosqui e a Lei de Murphy

Checklist de algumas pérolas da Lei de Murphy

• Toda vez que se menciona alguma coisa, se é bom, acaba; se é ruim, acontece.
• Conversas sérias, que são necessárias, só acontecem quando você está com pressa.
• Crianças nunca ficam quietas para tirar fotos, e ficam absolutamente imóveis diante de uma câmera filmadora.
• Uma pessoa saudável é aquela que não foi suficientemente examinada.
• Por mais tomadas que a casa tenha, os móveis estão sempre na frente.
• Existem dois tipos de esparadrapo: o que não gruda e o que não sai.
• Se você jogar fora alguma coisa que tem há muito tempo, vai precisar dela logo, logo.
• Você sempre encontra aquilo que não está procurando.
• Quando te ligam: se você tem caneta, não tem papel; se tem papel, não tem caneta; se tem ambos, ninguém liga.
• A ferramenta quando cai no chão, sempre rola para o canto mais inacessível da casa. A caminho do canto, ela acerta primeiro o seu dedão.
• O vírus que seu computador pegou só ataca os arquivos que não têm cópia.
• Se ela está te dando mole, é feia. Se é bonita, está acompanhada. Se está sozinha, você está acompanhado.
• Se você está se sentindo bem, não se preocupe. Isso passa.

Márcio Chocorosqui é professor de Língua Portuguesa e escreve em seu blog Blecaute, onde você pode ler o restante deste post e muito mais textos de qualidade.

quarta-feira, 20 de julho de 2011

Degradê

Das entranhas de meu lápis
O fio pontiagudo se desgasta
Na feitura da arte se arrasta
Se oferece, sem ônus, grátis

Nas texturas, se desmancha
E cintila em seu ton sur ton
Até fixar-se no papier cansón
Em hachura, traço, mancha

Impresso sobre papel sulfite
Não sucumbe sob a borracha
Resiste ainda, sob o nanquim

Desenho feito de bom grafite
Nem quando a têmpera racha
Não descasca e não tem fim

segunda-feira, 18 de julho de 2011

Nada, de novo

Republicando

Nada

Neguim tinha uns doze anos quando viu ele chorando, por trás da bananeira, no fundo do quintal. Ficou espantado e parou. Até esqueceu que ia tomar banho dentro da caixa d’água, que ficava depois da bananeira. Aprendeu mais uma lição om ele. Aprendeu que herói chora.

Olhos vidrados, olhos molhados. Situação esquisita. Neguim não sabia se continuava ou voltava pra dentro de casa. Em pé, congelado, Neguim viu e ouviu o choro. Era um choro grande, o choro de um homem grande. Neguim não entendeu nada. Como era possível aquele homão chorar?


Neguim chorou de medo quando ele o puxou pelo braço, o ergueu contra o sol e o abraçou carinhosamente, um abraço bem apertado, daqueles de tirar o fôlego. Ele chorou grandemente, gemeu, urrou assustadoramente. Neguim pensou na pisa que ia levar, por que achou que ele tinha descoberto a desobediência da ordem de não nadar dentro da caixa d’água do fundo quintal.


Nada foi dito. Palavra não foi falada. Os dois choraram. Cada um por seu motivo. Os dois sofreram. Os dois se amaram. Neguim entendeu, inexplicavelmente, que aquilo era a última lição, que não era uma reprimenda, que não aprenderia dele mais nada, que não haveria mais lição nenhuma. Neguim o abraçou com mais força. Não queria largá-lo nunca mais.


Neguim viu o papel, com manuscrito ilegível, com carimbo borrado, com assinatura de médico, jogado no buraco do fundo do quintal, o buraco onde se enterrava o lixo, o buraco antes da bananeira que ficava antes da caixa d’água, a caixa d’água onde Neguim não nadou nunca mais.

Sociais

Álbum do Cartunista



Pedro Otávio Paiva Braga, filho deste colunista, clicado por ele mesmo, num banheiro da Escola SESC – Rio de Janeiro, onde mora e cursa o ensino médio profissionalizante.

Três da imprensa acriana flagrados em plena diversão, no Point do Pato. Escritor e big boss do diário A Gazeta, Silvio Martinelo, sua bela esposa, colunista Ivete Martinelo e a radialista, escritora, publicitária, cheia de energia e atitude Eliane Sinhazique.

O titular recebendo a ilustre visita do grande ator Leandro Firmino, protagonista do sucesso nacional da sétima arte, Cidade de Deus.

O extraordinário artista plástico Danilo de S'Acre, num flash seringueiro e descontraído.

quarta-feira, 13 de julho de 2011

Bar do Álvaro Rocha

O cara bonito nesta fotografia, clicada pelo Altino Machado, indagorinha, no Mercado do Bosque é o grande Zelão. O lanche/bar é o melhor point da madrugada riobranquense, onde, vez por outra, nosso saudoso jornalista Álvaro Rocha marcava sua irreverente, agradável e inesquecível presença. Ali ele sentou pela primeira vez, no dia em que não bebeu sua última Skol com Frutas. O abestado, escorado na coluna é um amigo do Zelão e do Álvaro.

quinta-feira, 7 de julho de 2011

Dimenor

Gol do Flamengo! Que jogo!
Escangalha o orelhão indefeso
Um cigarrinho proibido aceso
E um mendigo pra tocar fogo

Armado de arenga e desprezo
Cheinho de marra e coragem
Pronto pra fazer essa viagem
Sem medo algum de ser preso

Taca a tapa na cara da quenga
Aleija, destrói, deixa capenga
Agarra, espanca gringo obeso

Hoje é o domingo do dimenor
Em casa, todo banhado de suor
Dorme na cama do papai, ileso