quinta-feira, 12 de novembro de 2009

Márcio Chocorosqui escreve


Só para ser politicamente incorreto
Márcio Chocorosqui*

Alguém faz uma proposta instigante ao modesto escriba:
— Por que não escrever algo politicamente incorreto?
— O quê, por exemplo?
— Talvez um texto que defenda o consumo do cigarro ou algo do tipo.
Então foi plantada uma semente. Eis que nasceu este pé de fumo, que não recomendo seja cultivado. Vejamos:
O cigarro traz grandes benefícios para a economia de um país. Gera milhares de empregos nas fábricas e plantações do tabaco, arrecada muito em impostos e, por mais estranho que pareça, ajuda a economizar na área de saúde. Pois a morte antecipada de fumantes propicia ao governo a redução de gastos com idosos e com o sistema de pensão e da previdência social.
Significa que o cigarro contribui para diminuir o número de pessoas que dão despesa na saúde pública, porque, muitas delas, se fumam, morrem antes do tempo. Com menos gente para cuidar, sobremodo na velhice, mais economia para os cofres públicos. Por outro lado, há de se destacar as vantagens que o fumo proporciona ao indivíduo. Entre as principais, estão os efeitos terapêuticos e psicológicos do tabaco: serve para acalmar os nervos, reduzindo o estresse e a ansiedade; ajuda a pensar melhor, aumentando a capacidade de concentração; consola nas horas de sofrimento, funcionando como um paliativo para as dores do espírito.
E não é somente isso. O cigarro emagrece, à medida que colabora para a diminuição gradual do paladar, tirando um tanto do sabor dos alimentos. Por isso, quando alguém para de fumar, tende a aumentar de peso. Além de contribuir para o controle da obesidade, um sério problema contemporâneo, o cigarro não embriaga, como o álcool. Se, ao invés de ingerir algumas cervejas, o indivíduo fumar uma carteira de cigarro e for dirigir seu automóvel, normalmente estará isento do risco de causar um grave acidente de trânsito. Já um bêbado...
Outra coisa: fumar é elegante. Existe uma satisfação estética na ação do fumante em tragar e soltar a fumaça com charme. Algumas formas de manifestação da arte exploram esse lado estético do tabagismo. O cinema é um exemplo sempre lembrado. O filme Casablanca, de Michael Curtiz, é uma citação clássica. Já na música, cita-se a ópera Carmen, de Bizet. Na literatura, os poemas de Mallarmé, entre outros. Lembro-me desses versos de “Vagabundo”, escrito por Álvares de Azevedo:

Eu durmo e vivo ao sol como um cigano,
Fumando meu cigarro vaporoso;
Nas noites de verão namoro estrelas;
Sou pobre, sou mendigo e sou ditoso!

Nessa estrofe, nota-se a expressão do personagem completamente despojado, que vive ao léu, livre das convenções sociais. No caso, o cigarro está associado à transgressão. E sempre foi ligado também a lutas de liberação sexual e política. Como se tudo isso não bastasse, fumar é legal. Ou seja, o cigarro é vendido livremente a qualquer pessoa, maior de idade, que queira consumi-lo. E não existe mais propaganda da indústria do tabaco. Trata-se de uma questão de escolha individual, de livre-arbítrio. O fumante sabe que o fumo é prejudicial à saúde. Se escolhe fumar, está por sua própria conta e risco.
A propósito, é interessante a conclusão do autor de Cigarros são sublimes, Richard Klein, crítico literário americano: “a própria vida é uma doença progressiva da qual só nos recuperamos postumamente. Se ter saúde é estar livre da doença, só se consegue ser saudável por meio da morte”. Eis aí: apenas algumas palavras filosóficas para encerrar o assunto.

*Professor de Língua Portuguesa, cineasta e um grande jogador de sinuca

terça-feira, 10 de novembro de 2009

Professor Bené escreve

O patrão dá com uma mão, o banco tira com as duas

Beneilton Damasceno *
benedamasceno@pagina20.com.br

Recebi faz umas três semanas, via celular, ligação da minha gerente de relacionamento de um banco estatal do qual sou correntista desde 1988, pouco antes do confisco da era Collor de Mello. Apreensiva com minha angustiada trajetória financeira como servidor da Ufac, graças às constantes investidas do Tribunal de “Cortes” da União (TCU), a generosa bancária me propôs um “empurrãozinho” providencial na modalidade pegar-ou-largar.

Na simulação, ainda pelo telefone, chutei alguma coisa perto de R$ 30 mil. Não demorou dois segundos e o cálculo estava prontinho (depois que inventaram esse tal de Excel, ninguém mais precisa consumir neurônios à toa para somar oito mais sete): o banco, cujo nome não vou revelar – apenas sei que é, com certeza, do Brasil -, me repassaria, ato contínuo, o valor proposto e subtrairia em folha, durante cinco anos, R$ 854 todo mês.

Nem precisei do Excel – a calculadora do próprio celular me auxiliou bastante naquele momento. O sonho de trocar o Ford Ka 2002 azul-celeste por um veículo mais robusto evaporou-se em questão de minutos. As sessenta prestações somariam R$ 51.240, numa humilhante taxa de juros de 72 por cento durante esse período. Nem pensei em pechinchar.

Tanta facilidade assim me fez recordar o drama dos barnabés da minha época para conseguir um mísero empréstimo algumas décadas atrás. Agora, com um caixa eletrônico ao lado de cada botequim e o CDC acessível a quem interessar possa, basta ter na mão pelo menos um dedo saudável e o desejo inamovível de se endividar “ad eternum”, e o milagre acontece! Falta pouco para as cédulas descerem por um buraco qualquer feito no PC do cidadão ou mesmo pela impressora.

Voltando ao assunto… Em 1977, quando trabalhava no Serda (antiga imprensa oficial), um colega igualmente mal-remunerado conhecido por “Galo Branco” peregrinou durante um semestre nas agências do então Banacre, Caixa Econômica e Banco do Brasil. Implorava por 14 mil cruzeiros. “Caso de vida ou morte”, costumava repetir, resignado, gerando comoção no restante da confraria. Apesar da demora, tudo caminhava na normalidade, mas a liberação do principal dependia, infelizmente, de um personagem tão difícil quanto alcançar a porta do céu: o danado do avalista.

Mas “Galo Branco”, que era brasileiro e não desistia nunca, foi abençoado com a proposta do comparsa “Carlinhos Pipira” de assinar o documento, exigindo como cachê uma grade de cerveja San Juan, importada da cidade peruana de Pucallpa e que fazia enorme sucesso na cidade. Na sexta-feira seguinte, o gerente ligou confirmando que o cheque já podia ser “distentado”.

Fim do expediente. O novo-rico acercou-se de outros dois parceiros e pôs em curso o “caso de vida ou morte” num inferninho todo cheio de luzes que mais parecia o disco voador da Lenilda Cavalcante. No bolso, os 14 mil cruzeiros (pouco mais de R$ 1.500 na moeda atualizada) nem esperaram as quatro da manhã para se converter em taças de uísque, honorários às mulheres da vida pelo item “prestação de serviços” e turnê por vários bairros de Rio Branco a bordo de táxi na temida bandeira 2. Os outros amigos do peito convidados para a boa ação foram o “Pedro Caveira” e o lendário “Pirra” (nascido Carlos Roberto Vieira da Mota), linotipista da empresa e cachaceiro registrado em cartório.

Aqui ou acolá, encontro “Galo Branco” nas imediações do prédio do Detran, na Estação Experimental. Conversa vai, conversa vem, todas as vezes deixo de fazer duas perguntinhas bem básicas: a primeira é confirmar informações de terceiros de que ele atua no ramo de empréstimo consignado por essas empresas que prometem os menores juros da praça sem consulta ao SPC ou à Serasa. A segunda, e mais óbvia, é saber o nome dele. Jamais tomei essa iniciativa nos dois anos em que fomos companheiros de profissão. Pensando bem, melhor assim. Afinal, ninguém tem como processar um desafeto por danos morais só porque mencionou seu apelido.

* Jornalista seringueiro

UNITALIBAN

Expulsa

domingo, 1 de novembro de 2009

Nada

Neguim tinha uns doze anos quando viu ele chorando, por trás da bananeira, no fundo do quintal. Ficou espantado e parou. Até esqueceu que ia tomar banho dentro da caixa d’água, que ficava depois da bananeira. Aprendeu mais uma lição com ele. Aprendeu que herói chora.

Olhos vidrados, olhos molhados. Situação esquisita. Neguim não sabia se continuava ou voltava pra dentro de casa. Em pé, congelado, Neguim viu e ouviu o choro. Era um choro grande, o choro de um homem grande. Neguim não entendeu nada. Como era possível aquele homão chorar?

Neguim chorou de medo quando ele o puxou pelo braço, o ergueu contra o sol e o abraçou carinhosamente, um abraço bem apertado, daqueles de tirar o fôlego. Ele chorou grandemente, gemeu, urrou assustadoramente. Neguim pensou na pisa que ia levar, por que achou que ele tinha descoberto a desobediência da ordem de não nadar dentro da caixa d’água do fundo quintal.

Nada foi dito. Palavra não foi falada. Os dois choraram. Cada um por seu motivo. Os dois sofreram. Os dois se amaram. Neguim entendeu, inexplicavelmente, que aquilo era a última lição, que não era uma reprimenda, que não aprenderia dele mais nada, que não haveria mais lição nenhuma. Neguim o abraçou com mais força. Não queria largá-lo nunca mais.

Neguim viu o papel, com manuscrito ilegível, com carimbo borrado, com assinatura de médico, jogado no buraco do fundo do quintal, o buraco onde se enterrava o lixo, o buraco antes da bananeira que ficava antes da caixa d’água, a caixa d’água onde Neguim não nadou nunca mais.

segunda-feira, 26 de outubro de 2009

Reflexos

Sabe aquelas tiradas rápidas, aquelas piadas criadas de momento, de pura criatividade, como diz o Elson Dantas: “Só no reflexo.”? Pois é, aqui vão algumas que a memória me permite.

Marx Dantas
Chegando na redação do Página 20, bem vestido, sempre cheiroso, modernoso, cabelo impecável, unhas brilhando, o MD foi logo sapecando, com sua peculiar voz de locutor:
- Foi daqui que chamaram um homem?... Ele tá vindo ali atrás.

Pheyndews
Enquanto o Pheyndews Carvalho, nosso saudoso Fé, relaxava em sua rede, debaixo do chapéu-de-palha, no fundo do quintal, a Marinete passava o rodo na lamaceira que os “ninjas” (como o Fé se referia a Pedro e João, seus dois filhos mais novos) tinham levado, da piscina para a sala do computador. De repente a “Rainha da Floresta” escorrega numa poça e leva um baita tombo. Os garotos correm desesperados para acordar o pai, em busca de socorro. Fé, mesmo mal humorado, não perdeu o reflexo.
- Pai, pai! A mamãe caiu na área.
- Caiu na área? Então pode marcar que é pênalti!

Beneilton Damasceno
Após revisar, corrigir e copidescar a matéria, o professor Bené depara-se com um dilema ao ver a assinatura do autor do texto. Tratava-se do jornalista Diego, que possui um sobrenome bastante original: Pintro. Ora, como é corriqueiro no mundo das redações, words, teclados mal tratados e digitadores apressados, Bené foi tirar a dúvida com o editor Tião Vitor que prontamente esclareceu, confirmou e tranquilizou o nobre revisor.
- É Pintro mesmo, professor. Pode ficar sossegado.
O Rei dos Trocadilhos, professor Bené, não podia perder mais esse e sapecou:
- Tá vendo chefinho, se a gente não presta atenção. Se fosse um erro, o revisor é quem pagaria o “patro”!

Quando eu me lembrar, conto mais

Sem comentários

Veja mais no Acredite se Quiser.

Arquitetura do cacete

Veja mais no Acredite se Quiser

terça-feira, 20 de outubro de 2009

Digo nada!

Se você visse a mulher de seu amigo, num ato suspeito, de provável traição, você contaria pro "pobizim"? Pense bem! Diria é?
Pois eu não, num diria pro bidongado nem coscarai! Deixava ele descobrir sozinho, porque, inevitavelmente a gente sempre descobre, mesmo que seja depois que todo mundo e as capas do fundo já saibam.

Aprendi, faz é hora, que quando você fala um tipo de coisa dessas, perde o amigo, ganha fama de fuxiqueiro, mata a confiança do amigo, justamente quando você procura ser leal com ele, que inda diz mermo assim: - E tu sabia de tudo isso, o tempo todo, fí de rapariga, e num me disse nada!?

Termina que a mulher convence o malagradecido de que ela sempre foi fiel, que é tudo mentira, que fulano é só um primo-segundo que mora na colônia e "vei ver se arruma um jeito de ir pra Goiânia, pá se operar da prósta!".

E desce a lenha em quem disse uma calúnia dessas. Se defendendo e te atacando, diz que é a mulher mais honesta do mundo, que o sujeito é que devia escolher melhor as amizades, que isso e aquilo outro. Diz que não era nada daquilo que "esse fela da puta desse teu amigo tá falando!" e que "ele é que vive dando em cima de mim e tu nunca prestou atenção, viu!”

Resultado:

Teu ex-amigo, além de perdoar a safada, sair numa segunda lua-de-mel pela Europa com a bandida, comprar uma Hilux, zero bala, pra pistoleira, nunca mais vai pagar umas geladas pra ti, num vai querer te ver nem pintado de ouro. Capaz até de te chamar pros paus, te meter uma pisa, te dar uma facada e te botar pra correr debaixo de chumbo.

Digo nada! Sinto muito meu amigo, mas eu mermo num digo não, tá? Vou até ficar abismado, estarrecido e tomar umas com você, quando tudo vier à tona. Eu hein!

sexta-feira, 16 de outubro de 2009

Bulindo com Shakespeare

Soneto I

From fairest creatures we desire increase
That thereby beauty’s rose might never die,
But as the riper should by time decease
His tender heir might bear his memory:

But thou, contracted to thine own bright eyes,
Feed’st thy light’s flame with self-substancial fuel,
Making a famine where abundance lies,
Thyself thy foe, to thy sweet self too cruel.

Thou that art now the world’s fresh ornament
And only herald to the gaudy spring,
Within thine own bud buriest thy content
And, tender churl, mak’st waste in niggarding.

Pity the wold, or else this glutton be:
To eat the world’s due, by the grave and thee.


Tradução de Jorge Wanderley

Dos raros, desejamos descendência,
Que assim não finde a rosa da beleza,
E morto o mais maduro, sua essência
Fique no herdeiro, por inteiro acesa.

Mas tu, que só ao teu olhar te alias,
Em flama própria ao fogo te consomes
Criando a fome onde fartura havia,
Rival perverso de teu próprio nome.

Tu que és do mundo o mais fino ornamento
E a primavera vens anunciar,
Enterras em botão teus suprimentos:

- Doce avareza, estróina em se poupar.
Doa-te ao mundo ou come com fartura
O que lhe deves, tu e a sepultura


Tradução de Ivo Barroso

Dos seres ímpares ansiamos prole
Para que a flor do belo não extinga,
E se a rosa madura o Tempo colhe,
Fresco botão sua memória vinga.

Mas tu, que só com os olhos teus contrais,
Nutres o ardor com as próprias energias
Causando fome onde a abundância jaz,
Cruel rival, que o próprio ser crucias.

Tu, que do mundo és hoje o galardão,
Arauto da festiva Natureza,
Matas o teu prazer inda em botão
E, sovina, esperdiças na avareza.

Piedade, senão ides, tu e o fundo
Do chão, comer o que é devido ao mundo.


Tradução Fabrício Souza

Ao mais raro desejamos que cresça
Que a rosa da beleza nunca morra
Mas o fim do maduro é que apodresça
Só o doce herdeiro evita que isto ocorra

Mas tu, que só aos teus olhares atenta
Alimenta a ti com teu próprio ser
Passando fome onde abundância assenta
A ti mesmo hostil sendo sem saber.

Tu que já do mundo é fresco ornamento
Da primavera único mensageiro
Enterra em botão teu contentamento
Desperdiça em acumular dinheiro.

Apiede-se do mundo, ou se é sem fé:
Come o que do mundo por direito é.

sexta-feira, 9 de outubro de 2009

Carta para Ribinha

O Piauí é um dos lugares do mundo, que o mundo não conhece. É um dos lugares mais lindos do mundo. Mas agora estou falando das pessoas de lá, que são as pessoas mais lindas do mundo de lá, daqui e dacolá.

Foi lá no Piauí, em Bom Jesus do Gurguéia, sul de lá, beirando a Bahia, bem longe do Ceará que eu conheci o Ribinha, um fuleiro (antes de mais nada), locutor, comunicador, entendedor da vida e uma bela criatura de Deus. Foi o Ribinha quem me disse que aquele inseto andando no meu braço era um chato.

Outro dia (naquele tempo), o Ribinha foi preso.

- Prenderam o Ribinha! – Disse a recepcionista da Rádio Cultura do Gurguéia. Eu a ouvi dizer isso para o diretor da rádio, meu chefe. Mas o Ribinha era meu “subordinado” (É. Entre aspas mesmo, porque ninguém tinha poder para subordinar o Ribinha). Tomei as dores.

-Vem cá. Que estória é essa? O Ribinha foi preso porque?
- Cachaça, né, Braga!
- Então vamos lá, nos entregar também! – Risos.
- Tu sabe como ele é. Tu conhece o Ribinha né, Braga!?...

Eu num conhecia era porra nenhuma, mas sabia que ali, naquele lugar tão pequeno, tinha muito mais gente pra ser encarcerada e privada de fazer o mal e o Ribinha não fazia parte deste rol. Ele apenas falava. O Ribinha falava. Ele vivia da fala. E, quando bebia, longe do microfone, aí é que ele falava.

Pois bem:

O Ribinha foi preso por conta de uma discussão político-ideológica-de-balcão-de-boteco com um advogado, o delegado, que tinha perdido oito partidas de sinuca pro Ribinha, o bebo. E, segundo a lei da sinuca, não sendo aposta em dinheiro, o perdedor teria que pagar as fichas e as doze cervejas que o Ribinha não bebeu sozinho. De fora apenas a garrafa de cachaça que o Ribinha bebeu sozinho.

- Bora lá, ver o que a gente pode fazer?
- Hum... Deixa de ser besta, Braga – Disse o chefe. – O Ribinha se vira!
- Hum... – Disse eu.- Então tá. Daqui a vinte minutos, tu vai ali no estúdio e, ao vivo, responde às oitenta cartas dos ouvintes do Ribinha, que chegaram hoje de manhã. Galho fraco pra ti, né não?
- Bora.

Era um domingo de sol quente, uns quarenta e dois graus, naquela tarde de setembro, no Vale do Gurgúéia, sul do Piauí (Pleonasmo). Faltavam quinze minutos para entrar no ar o melhor programa da Rádio Cultura do Gurguéia, a maior audiência, o melhor locutor, o maior número de participação ao vivo, o maior faturamento.

Eu tava suado e apreensivo, ouvindo o papo prolixo do diretor com o oficial do dia (O delegado faltou). Enquanto todos os livros de Direito eram dissecados, peguei pelo braço um plantonista que também prestava atenção na conversa e, achando graça, sacudia um chavezona destamãe.

- Cadê o baitola? – Eu disse- Me leva lá na cela do encrenqueiro.

Uma gargalhada, daquelas que só são produzidas por homens livres ecoou pelo corredor do chilindró e uma voz irreverente sentenciou:

- Tu é foda mesmo, Braguinha! Esperou que faltasse só cinco minutos pra começar o programa, pra vir aqui me soltar. Nem adiantou eu te agradar com aquela lata de Neocid, mode tu matar tua carga de chato.

Vinte cartas foram lidas e atendidas no programa do Ribinha daquele dia. O restante delas eu não consegui entender a caligrafia.

quarta-feira, 30 de setembro de 2009

Chocorosqui escreve


Deu no blog do Márcio Chocorosqui, o Blecaute.

Como trabalho do Curso de Cinema e Vídeo da Usina de Arte João Donato, o curta-metragem Amor em pedaços, que filmamos no começo do ano, já está finalizado desde março. Estamos aguardando o lançamento oficial para breve.
A história se passa em Rio Branco-AC. Um colono desorientado entra numa delegacia e declara-se culpado de um crime, dizendo ao delegado que matou a si mesmo e que foi enterrado pelo vizinho. Após interrogatório, descobre-se que a jovem esposa do colono foi esquartejada. Uma tragédia amorosa amazônica.
Francisco Braga representa o Caseiro, um personagem atormentado pela dúvida do adultério.

quinta-feira, 17 de setembro de 2009

Diversas fantasias

Rio Branco-Acre se prepara para mais uma Parada da Diversidade, evento que se consolida como um dos maiores do país.
É um verdadeiro carnaval fora de época com direito a blocos (um deles, da turma do Clube do Chop, se chama "Bota no meu caneco"), carros alegóricos e fantasias criativas. Aqui eu tentei desenhar algumas das idéias que me foram enviadas, para um provável concurso de fantasias da V Parada da Diversidade.

terça-feira, 15 de setembro de 2009

Diversidade

Origami


Mestre Yoda. Você pode ver muito mais personagens de Star War e outros filmes, séries e games feitos em peças Lego, bolos de aniversário, croché dentre diversas outras formas de arte no Geekstir

sexta-feira, 11 de setembro de 2009

Raul escreve


A LEI DA INSEQUAPIBILIDADE

Muita gente ainda hoje se pergunta se é insequapível ou não. A resposta é clilófricamente simples: A Lei da Insequapibilidade pode ser explicada baseando-se no método do Diafragma de Aquiles. Tomando-se por base os crepúsculos de diferentes dimensões, alia-se ao pentagrama diluvial pela quinta lei de Newton, lei esta referente à gravitação das histórias em quadrinhos em torno dos velocípedes. Daí onde a teoria vigente entra em desacordo com a referida insequapibilidade.
Insequapíveis? Sim, porém insequapóveis em certos aspectos, quando examinados pelo oblíquo lado da patinete.


FÓRMULA

(Segundo ou terceiro Godofredo IV do Irã)

I. Retumblências transpurcar com azôto de carbono.

II. 3% de Rataclenas quentes.

III. 6 litros de pisceleto à gampôla na manteiga.


FÓRMULA ALGÉBRICA DA INSEQUAPIBILIDADE

X3 + nada = ou parecido

quarta-feira, 9 de setembro de 2009

Marminino, o Saara é aqui!

Com 48 graus centígrados, conforme foto de Hermington Franco, que apareceu no blog do Altino Machado, faltam dois graus pra termos clima desértico em Rio Branco-Acre.

Deputado Moisés Diniz, meu comunista predileto, iniciou hoje uma luta que, segundo ele, será ridicularizada no futuro: Ônibus com ar-condicionado obrigatório, em regiões com um calor tão lascado como o nosso.

Os empresários do ramo de transportar pobres já caíram de pau em cima da idéia do deputado. Diz ele que se assombrou com a virulência da turma das Hilux.

A idéia de Moisés é porreta. Perigoso é o pessoal que sair de 48 graus, entrar em 20, depois em 48 de novo pegar uma pneumonia coletiva.

Se essa onda de calor continuar, a V Parada do Orgulho LGBT, que acontece na semana que vem vai ser como o diabo gosta: a coisa vai ficar Preta Gil.

O estilo Abrahim “Lhé” Farhat, nosso querido Brachula, tá em alta com essa quentura do “mei dos inferno”. O negócio é andar de camiseta velha, calça de algodão esfolada e chinela de dedo.

Por falar nisso, o jornal O Rio Branco tá dando um par daquela sandália que todo mundo usa pra novos assinantes. No calçado vem impressa a marca do jornal. Isso é que é gostar de ser pisado.

Os jornais Página20, A Tribuna e A Gazeta também querem dar um par. Ainda não se decidiu par de quê.

Enquanto meu comunista predileto quer refrescar os cata-pobre da cidade, o governador se adianta e compra um ventiladorzão, pra assoprar e refrescar a mente dos acreanos. A novidade foi utilizada pela primeira vez pelo Barão Vemelho, na Segunda Guerra Mundial. É o novo!

E vamo-que-vamo, caminhando e se abanando no rumo do Bar do Bigode.

quarta-feira, 2 de setembro de 2009

Genial

O Belchior, cantor e compositor cearense, anda aparecido agora em tudo quanto é site de relacionamento, anúncio em caixa de cereais e por aí vai. O chargista Mariosan, do jornal O Popular, de Goiânia fez a melhor charge sobre o assunto que marcou esta semana, na minha modesta opinião, é claro.

Inglês procês

Depois de um longo período de inferno astral, estou de volta. Fim de agosto e de desgosto. Acabou-se a opressão, se liberta a expressão. Quartel, pra mim, é coisa do passado. Ufa!

A minha amiga Magali Damasceno (Quase irmã, pois é filha da minha madrinha Margarida), me enviou um curso específico de inglês para a Copa do Brasil – 2014.

Veja como é fácil e rápido nos comunicarmos, do nosso jeitinho brasileiro, com os estrangeiros!

Is we in the tape! = É nóis na fita.

Tea with me that I book your face = Chá comigo que eu livro sua cara.

I am more I = Eu sou mais eu.

Do you want a good-good? = Você quer um bom-bom?

Not even come that it doesn't have! = Nem vem que não tem!

She is full of nine o'clock = Ela é cheia de nove horas.

I am completely bald of knowing it. = Tô careca de saber.

Ooh! I burned my movie! = Oh! Queimei meu filme!

I will wash the mare. = Vou lavar a égua.

If you run, the beast catches, if you stay the beast eats! = Se correr, o bicho pega, se ficar o bicho come!

Before afternoon than never. = Antes tarde do que nunca.

Take out the little horse from the rain = Tire o cavalinho da chuva.

The cow went to the swamp. = A vaca foi pro brejo!

To give one of John the Armless = Dar uma de João-sem-Braço.

Infelizmente não haverá jogo da Copa 2014 no Acre, mas como aqui é terra de "Marina Silva Presidente!", logo nós teremos que exercitar nosso inglês para recepcionar turistas e jornalistas de todo canto do mundo.

Vamos falar mais ou menos assim:

Butboy! = Marrapaiz!

Are you mad, are? = Tu é doido, é?

Care, boy! = Cuida, menino!

Hury, little brother! = Avia, maninho!

Let's eat a bread corn with egg in the market = Bora comer uma baixaria no mercado?

E não esqueça: The book is on the table!

terça-feira, 28 de julho de 2009

Isso é que é...

Para ver melhor, clique na imagem que encontrei no Acredite Se Quiser

Quando uma marca cola.

As Rumas na Expoacre

Chocorosqui escreve


Cavalos, suor e cerveja

No início, era apenas uma pequena feira agropecuária. Depois, além disso, virou uma feira de muitos bares, restaurantes, casas noturnas, parque de diversões etc. Já em suas origens, a exposição nada tinha a ver com uma identidade de fato e de direito acriana. Hoje, tem menos a ver ainda.
Mas é certo que a feira agita a economia local, pois movimenta uma grana violenta. Nessa contabilidade, entra o suado dinheirinho do povo, que frequenta em massa o parque de exposições e se depara com uma carestia medonha. De qualquer forma, a população é tão carente de entretenimento, que a Expoacre acabou virando uma sensação aguardada ansiosamente todos os anos, a ponto de ditar moda.
Inclusive, uma tal de “Cavalgada”, que marca a abertura da feira, é organizada como um carnaval, chegando a virar uma tradição.

Leia esse texto, do Márcio Chocorsqui, todim no blog dele, bem aqui assim, ó.

segunda-feira, 27 de julho de 2009

Idades dos países

A amiga Deja me enviou este artigo de Hernán Casciari.

A verdadeira idade dos países

Li uma vez que a Argentina não é nem melhor nem pior que a Espanha, só que mais jovem. Gostei dessa teoria e ai inventei um truque para descobrir a idade dos paises baseando-me no "sistema cão".

Desde meninos nos explicam que para saber se um cão é jovem ou velho deveríamos multiplicar a sua idade biológica por 7. No caso de paises temos que dividir a sua idade histórica por 14 para conhecer a sua correspondência humana.

Confuso? Neste artigo exponho alguns exemplares reveladores.

Argentina nasceu em 1816, assim sendo já tem 190 anos. Se dividirmos estes anos por 14 Argentina tem ‘humanamente’ cerca de 13 anos e meio, ou seja, está na pré-adolescência. É rebelde, se masturba, não tem memória, responde sem pensar e está cheia de acne.

Quase todos os paises da América Latina tem a mesma idade, e como acontece nesses casos, eles formam gangues. A gangue do Mercosul são quatro adolescentes que tem um conjunto de rock. Ensaiam em uma garagem, fazem muito barulho, e jamais gravaram um disco.

Venezuela, que já tem peitinhos, está querendo unir-se a eles para fazer o coro. Em realidade, como a maioria das mocinhas da sua idade, quer é sexo, neste caso com Brasil que tem 14 anos e um membro grande.

México também é adolescente, mas com ascendente indígena. Por isso ri pouco e não fuma nem um inofensivo baseado, como o resto dos seus amiguinhos. Mastiga coca e se junta com os Estados Unidos, um retardado mental de 17 anos, que se dedica a atacar os meninos famintos de 6 anos em outros continentes.

No outro extremo está a China milenária. Se dividimos os seus 1.200 anos por 14 obtemos uma senhora de 85, conservadora, com cheiro a xixi de gato, que passa o dia comendo arroz porque não tem – ainda- para comprar uma dentadura postiça.

A China tem um neto de 8 anos, Taiwan, que lhe faz a vida impossível. Está divorciada faz tempo de Japão, um velho chato, que se juntou às Filipinas, uma jovem pirada, que sempre está disposta a qualquer aberração em troca de grana.

Depois estão os países que chegaram à maioria de idade e saem com o BMW do pai. Por exemplo, Austrália e Canadá, típicos países que cresceram ao amparo de papai Inglaterra e mamãe França, com uma educação restrita e antiquada, e que agora se fingem de loucos.

Austrália é uma babaca de pouco mais de 18 anos, que faz topless e sexo com a África do Sul; enquanto que Canadá é um mocinho gay emancipado, que a qualquer momento adota o bebê Groenlândia para formar uma dessas famílias alternativas que estão em moda.

França é uma separada de 36 anos, mais puta que uma galinha, mas muito respeitada no âmbito profissional. Tem um filho de apenas 6 anos: Mônaco, que vai a caminho de ser puto ou bailarino… ou ambas coisas. É a amante esporádica da Alemanha, caminhoneiro rico que está casado com a Áustria, que sabe que é chifruda, mas não se importa.

Itália é viúva faz muito tempo. Vive cuidando de São Marino e do Vaticano, dois filhos católicos gêmeos idênticos. Esteve casada em segundas núpcias com Alemanha (por pouco tempo e tiveram a Suíça), mas agora não quer saber nada de homens. Itália gostaria de ser uma mulher como a Bélgica: advogada, executiva independente, que usa calças e fala de política de igual para igual com os homens (Bélgica também fantasia às vezes com saber preparar espaguete).

Espanha é a mulher mais linda de Europa (possivelmente França se iguale mas perde espontaneidade por usar tanto perfume). Anda muito com tetudas e quase sempre está bêbada. Geralmente se deixa foder por Inglaterra e depois denuncia. Espanha tem filhos por todas partes (quase todos de 13 anos), que moram longe. Gosta muito deles mas perturbam quando tem fome, passam uma temporada na sua casa e assaltam a geladeira.

Outro que tem filhos espalhados é Inglaterra. Sai de barco de noite, transa com alguns babacas e nove meses depois aparece uma nova ilha em alguma parte do mundo. Mas não fica de mal com ela. Em geral as ilhas vivem com a mãe, mas Inglaterra as alimenta. Escócia e Irlanda, os irmãos de Inglaterra, que moram no andar de cima, passam a vida bêbados e nem sequer sabem jogar futebol. São a vergonha da família.

Suécia e Noruega são duas lésbicas de quase 40 anos, que estão boas de corpo, apesar da idade, mas não ligam para ninguém. Trançam e trabalham pois são licenciadas em algo. As vezes fazem um trio com Holanda (quando necessitam maconha); outras vezes cutucam a Finlândia, que é um cara meio andrógino de 30 anos, que vive só em um apartamento sem mobília e passa o tempo falando pelo celular com Coréia.

Coréia (a do sul) vive de olho na sua irmã esquizoide. São gêmeas, mas a do norte tomou líquido amniótico quando saiu do útero e ficou estúpida. Passou a infância usando pistolas e agora, que vive só, é capaz de qualquer coisa. Estados Unidos, o retardadito de 17 anos, a vigia muito, não por medo, senão porque quer pegar as suas pistolas.

Israel é uma intelectual de 62 anos que teve uma vida de merda. Fazem alguns anos, Alemanha, o caminhoneiro, não a viu e a atropelou. Desde esse dia Israel ficou que nem louco. Agora, em vez de ler livros, passa o dia na sacada jogando pedras na Palestina, que é uma mocinha que está lavando a roupa na casa do lado.

Irã e Iraque eram dois primos de 16 que roubavam motos e vendiam as peças, até que um dia roubaram uma peça da motoca dos Estados Unidos e acabou o negocio para eles. Agora estão comendo lixo.

O mundo estava bem assim, até que um dia Rússia se juntou (sem casar) com a Perestroika e tiveram uma dúzia e meia de filhos. Todos esquisitos, alguns mongolóides, outros esquizofrênicos.

Faz uma semana, e por causa de um conflito com tiros e mortos, os habitantes sérios do mundo descobrimos que tem um país que se chama Kabardino-Balkaria. Um país com bandeira, presidente, hino, flora, fauna…e até gente! Eu fico com medo de que apareçam paises de pouca idade, assim de repente. Que saibamos por ter ouvido e que ainda tenhamos que fingir que sabíamos para não passar por ignorantes.

E eu pergunto: Por quê continuam nascendo países, se os que existem ainda não funcionam?

Sobre o autor
Hernán Casciari nasceu em Mercedes (Buenos Aires), a 16 de março de 1971. Escritor e jornalista argentino, é conhecido por seu trabalho ficcional na Internet, onde tem trabalhado na união entre literatura e blog, destacado na blognovela. Sua obra mais conhecida na rede, Diário de uma mulher gorda (Weblog de una mujer gorda), foi editada em papel, com o título: Mais respeito, que sou tua mãe (Más respeto, que soy tu madre - Argentina, 2009 - Editorial Plaza & Janés, 320 páginas, Rústica).

terça-feira, 14 de julho de 2009

Porque o frango atravessou a estrada?

PROFESSORA PRIMÁRIA
Porque o frango queria chegar ao outro lado da estrada.

CRIANÇA
Porque sim.

PLATÃO
Porque buscava alcançar o Bem.

ARISTÓTELES
É da natureza do frango cruzar a estrada.

NELSON RODRIGUES
Porque viu sua cunhada, uma galinha sedutora, do outro lado.

MARX
O atual estágio das forças produtivas exigia uma nova classe de frangos, capazes de cruzar a estrada.

FREUD
A preocupação com o fato de o frango ter cruzado a estrada é um sintoma de insegurança sexual.

DARWIN
Ao longo de grandes períodos de tempo, os frangos têm sido selecionados naturalmente, de modo que, agora, têm uma predisposição genética a cruzar estradas.

EINSTEIN
Se o frango cruzou a estrada ou a estrada se moveu sob o frango, depende do ponto de vista. Tudo é relativo.

GAY
Aquele frango é um gato!

LOIRA
Pra se juntar a seus outros amigos mamíferos.

MACONHEIRO
Foi uma viagem.

CAETANO VELOSO
O frango é amado, é lindo, uma coisa assim. Ele atravessou, atravessa e atravessará a estrada porque Narciso, filho de D.Canô, quisera comê-lo, ou não...

GILBERTO GIL
Eu queria dizer que a metáfora da música brasileira na globalização efetiva dos carentes objetos da sinergia do frango fizeram a pluralização chegar aos ouvidos eternos da geografia assimétrica do outro lado da estrada.

LULA
Não sei de nada. Não vi nada. Que frango?.


LOCAIS

STÉLIO (Jornalista)
Aquilo é uma galinha e atravessou porque eu a chamei do outro lado da rua pra ela me fazer um boquete.

GEL (Bar dos Papudos)
Porque não tinha um feladaputa desses corno que fica bebendo lá fora, que conseguisse agarrar a porra do carai dessa galinha. E agora, quem vai pagar pra Divina? Putaquepariu, porra, #@$%¨&*@#$*...

CARTUNISTA BRAGA
Pra acompanhar o mosquito febril, o porco gripado e a vaca louca que atravessaram primeiro

Perigo!

sexta-feira, 3 de julho de 2009

quarta-feira, 24 de junho de 2009

Mais perto do que se penza

Vi hoje, no Gazeta Alerta (melhor programa da tv acreana, apresentado pelo competentíssimo Edvaldo Souza) que o secretário de Saúde do Estado confirmou o primeiro caso de gripe suína em Rio Branco mas, segundo ele: "Pode ficar sossegada, dona Maria, que tá tudo sob controle!" Assim como as hepatites de A a Z, a aids e a dengue, além da coceira de macaco e da cantiga de grilo. E vamo comendo pernil, lá da penal que não faz mal.

Faça amor, não faça guerra!


Do Acredite Se Quiser.

terça-feira, 23 de junho de 2009

Que hora é essa?

- E agora, são que horas, senador?
- Ah! Vai perguntar pra Greenwich, carai!

quarta-feira, 17 de junho de 2009

XL escreve

Essa menina... essa mulher... essa escritora... Giselle Lucena.

Daquele momento da leitura em que os olhos pulam do corpo e tomam outro rumo, vida própria. A gente paralisa a leitura, mas lê mais uma vez, e novamente, e em seguida com voz alta. Depois quer escrever, grudar na parede, recitar... Compreendi e descompreendi um pouco mais também. Mas quantas vezes? Quantas vezes somos capazes de amar sem contar e dizer? De forma anônima, silenciosa? E de que serve isso, se o que o homem mais precisa é de amor? E se o amor é justamente a coisa mais bela e sincera que pode existir na humanidade? E quantas balas, socos, bombas já não tivemos a vontade de atirar em lembranças e memórias?

Leia o texto na íntegra e muito mais coisas legais que a XL escreve, bem aqui, ó.

quarta-feira, 10 de junho de 2009

Vamo levando

Vi no Blog do Altino duas notícias interessantes: uma diz respeito à denúncia de maus tratos que mulheres brasileiras sofrem em prostíbulos de Cobija, na Bolívia, fato que levou o deputado federal Fernando Melo (PT-Acre) a largar seu projeto de tirar combustível de macaxeira para exigir rigor da embaixada boliviana na apuração das denúncias. Li também que o secretário estadual da Indústria, Comércio e Turismo, Cassiano Marques estará na Parada Gay de São Paulo, em camarote VIP, mas participa de evento paralelo. Bem... Pensei em comida. Bolei um versinho.

Home, não me diga!
Tu tá com arenga!
Verdade verdadeira?
Vala-me Senhor Jesus!

Cacá cas biba
Melo cas quengaEles ca macaxeiraNós cuscuz

terça-feira, 2 de junho de 2009

Drumond

Satânico é meu pensamento a teu respeito, e ardente é o meu desejo

de apertar-te em minha mão, numa sede de vingança incontestável pelo

que me fizeste ontem. A noite era quente e calma e eu estava em minha

cama, quando, sorrateiramente, te aproximaste. Encostaste o teu corpo

sem roupa no meu corpo nu, sem o mínimo pudor! Percebendo minha

aparente indiferença, aconchegaste-te a mim e mordeste-me sem

escrúpulos. Até nos mais íntimos lugares. Eu adormeci. Hoje quando

acordei, procurei-te numa ânsia ardente, mas em vão. Deixaste em meu

corpo e no lençol provas irrefutáveis do que entre nós ocorreu

durante a noite. Esta noite recolho-me mais cedo, para na mesma cama te

esperar. Quando chegares, quero te agarrar com avidez e força. Quero te

apertar com todas as forças de minhas mãos. Só descansarei quando vir

sair o sangue quente do seu corpo. Só assim, livrar-me-ei de ti,

pernilongo Filho da Puta!

terça-feira, 26 de maio de 2009

Viva, sempre bela, nossa Língua Portuguesa!

Vi este convite no site Bad Book Don't Exist! . Visite.

Convidam-se Vossas Excelências para a

QUEIMA DA ODE
Declamação Pública da Ode Triunfal Coimbra,
Seguida de Queima da Mesma
Coimbra, Dia 21, Quarta-feira, frente à Faculdade de Letras, à Uma e Um (13:01)

O QUE A ODE NÃO É:
A ode não é um aglomerado assaz
desconexo de palavras (poema ou verborreia)
composto na noite da Serenata, em hora e meia,
sem interrupção da caneta,
em papéis de tabuleiro de cantina,
por mil mãos,
que os principais promotores,
com a presença de alguns convidados especiais,
vão declamar publicamente para,
em seguida,
procederem à queima das páginas pelas quais
se espraia a magna composição.

O QUE A ODE É:
A Ode é Tudo!

sábado, 23 de maio de 2009

Cli Chê


O desenho está na galeria de Iconblast, no Flickr

Lego



O que a criatividade e um pouco de Photoshop podem fazer? O trabalho é de Marcin ImpreSariO e você pode ver mais aqui.

quarta-feira, 20 de maio de 2009

Dedos


Agência Estado - Lula é ovacionado em festa de 50 anos do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC
UOL Esportes - Lula receberá os corintianos em seu gabinete em São Paulo, na avenida Paulista
Yahoo! Esportes - Lula bate bola com Ronaldo em São Paulo
G1 - Mais de 400 mil pessoas foram afetadas pelas cheias só em Pernambuco.
G1 - Presidente Lula assiste à final da Copa a UEFA na Turquia.

sábado, 16 de maio de 2009

Vida inteligente na web

Águeda Perini é uma blogueira, poeta, dizedora de coisas boas, fazedora de amigos e... Bem, eu acho que ela tem muito mais virtudes, que você pode descobrir no blog dela aqui . Ela também deve ter uma ruma de defeitos como, por exemplo dizer que eu sou bonito. E olha que ela nunca me viu pessoalmente mas, quem sou eu pra duvidar de uma criatura tão sabida como a Dona Águeda, né?

Sozinha
Águeda Perini

No alto de um monte muito alto
encontrei um poeta nadando
numa nuvem muito azul,
mergulhava para cima, em pensamentos
e submergia com palavras nos dedos
quais bolinhas preciosas
retiradas de ostras

ele estava garimpando o fundo
de seu próprio oceano
e abrindo suas próprias ostras

Perguntei porque ele escrevia
se não havia ninguem pra ler
Ele respirou como se há muito tempo
estivesse sem ar
e sorriu

O sorriso acompanhou longa quietude
e soprou sobre nós um hálito fresco
Respirei fundo como se há muito tempo
estivesse sem ar
e intuí

Poesia é o fôlego da alma, é ar
o ir e vir da respiração
os escritos são pequenos grãos
a alma do poeta é mar

segunda-feira, 11 de maio de 2009

Extremotimista

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse hoje, no programa de rádio, "Café com o Presidente", que a gripe suína é "grave", mas que não é "do tamanho que parecia ser". Saiba tudo no UOL Notícias

quinta-feira, 30 de abril de 2009

Macacos e homens


Este pps recebi do amigo Laésio Andrade, vulgo "Homem e Nazaré".