É engraçado. Uma brasa insignificante de um palito de
fósforo, queimado até o meio, já se apagando é suficiente pra consumir uma casa
em chamas. Mas quando tu precisa daquela última centelha pra acender uma
fogueira, pra não morrer de frio na mata, ela não colabora. Se apaga num
segundo, num sopro. Aquela porcaria daquele palito filho duma égua se apaga e,
mancomunado com a Lei de Murphy, vai-se embora, desaparece enquanto tu
pragueja.
Olha pra esquerda e não vê nenhum veículo, nem uma
bicicleta, até aonde a vista alcança. Olha pra direita, igual. Nada. Sem movimento,
sem tráfego, tudo tranquilo. Mas, a praga da Lei de Murphy colocou a parada de
ônibus do outro lado da rua e, no precioso momento em que ele vem, no horário,
e tu tenta atravessar as quatro pistas, todo veículo do mundo aparece, como por
mágica só pra ver se tu perde o coletivo ou morre tentando.
Finalmente, depois de meses cantando, declamando poesias de
rima e amor pobres, metendo a mão na poupança, dando presentes caros, cheio de
tesão, ela sucumbe aos teus estratagemas e cede. Cai na tua lábia e entra no
teu quarto, se deita ofegante na cama. Mas, a empata-foda da Lei de Murphy também
está lá, bem na hora em que ela tira a calcinha, tu tá sem camisinha. E, sem
camisinha, não dá. Como é que dá?
Não, essa é de lascar. Atrasadíssimo, ainda abotoando a
camisa espera pelo elevador, dentro dele vem a Lei de Murphy mais aquele
japonês do andar de cima, que é lutador de sumô e seus três amigos de equipe.
Veja se isso é possível, meu Deus! Mesmo assim você ainda insiste, afinal está
atrasado não é? Pergunta encabulado: “Desce?”. É claro que a Lei de Murphy
responde: “Sobe!”. Vamos de escada mesmo, é o jeito.
São apenas sete andares descendo. Corre que tu tá atrasado!
Ofegante, camisa suada, chega no estacionamento, diante do carro, vasculhando
os bolsos percebe que deixou as chaves lá em cima, com a Lei de Murphy. Volta
correndo pro elevador, de onde desembarcam algumas pessoas que não escutam você
gritar: “Segura, segura!”. Quando aperta
o botão, falta energia. Sete andares, subindo de mãos dadas com a odiosa Lei de
Murphy. Nããão!
A Lei de Murphy! Ô bichinha mala-sem-alça da gota serena! Tem
muitas outras situações em que ela é protagonista, mas já falei demais nesta
miserável. Vou finalizar por aqui antes que ela apareça de repente e... Aaah!
Não deu tempo. Ela é foda! Computador travou. Tive que reiniciar tudo e claro, distraído
na escrita, me esqueci de vir salvando. Do segundo parágrafo pra cá, tive que
escrever tudo de novo! Eu odeio a Lei de Murphy!
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