quinta-feira, 28 de março de 2013

Eu e a Lei de Murphy


É engraçado. Uma brasa insignificante de um palito de fósforo, queimado até o meio, já se apagando é suficiente pra consumir uma casa em chamas. Mas quando tu precisa daquela última centelha pra acender uma fogueira, pra não morrer de frio na mata, ela não colabora. Se apaga num segundo, num sopro. Aquela porcaria daquele palito filho duma égua se apaga e, mancomunado com a Lei de Murphy, vai-se embora, desaparece enquanto tu pragueja.

Olha pra esquerda e não vê nenhum veículo, nem uma bicicleta, até aonde a vista alcança. Olha pra direita, igual. Nada. Sem movimento, sem tráfego, tudo tranquilo. Mas, a praga da Lei de Murphy colocou a parada de ônibus do outro lado da rua e, no precioso momento em que ele vem, no horário, e tu tenta atravessar as quatro pistas, todo veículo do mundo aparece, como por mágica só pra ver se tu perde o coletivo ou morre tentando.

Finalmente, depois de meses cantando, declamando poesias de rima e amor pobres, metendo a mão na poupança, dando presentes caros, cheio de tesão, ela sucumbe aos teus estratagemas e cede. Cai na tua lábia e entra no teu quarto, se deita ofegante na cama. Mas, a empata-foda da Lei de Murphy também está lá, bem na hora em que ela tira a calcinha, tu tá sem camisinha. E, sem camisinha, não dá. Como é que dá?

Não, essa é de lascar. Atrasadíssimo, ainda abotoando a camisa espera pelo elevador, dentro dele vem a Lei de Murphy mais aquele japonês do andar de cima, que é lutador de sumô e seus três amigos de equipe. Veja se isso é possível, meu Deus! Mesmo assim você ainda insiste, afinal está atrasado não é? Pergunta encabulado: “Desce?”. É claro que a Lei de Murphy responde: “Sobe!”. Vamos de escada mesmo, é o jeito.

São apenas sete andares descendo. Corre que tu tá atrasado! Ofegante, camisa suada, chega no estacionamento, diante do carro, vasculhando os bolsos percebe que deixou as chaves lá em cima, com a Lei de Murphy. Volta correndo pro elevador, de onde desembarcam algumas pessoas que não escutam você gritar: “Segura, segura!”.  Quando aperta o botão, falta energia. Sete andares, subindo de mãos dadas com a odiosa Lei de Murphy. Nããão!

A Lei de Murphy! Ô bichinha mala-sem-alça da gota serena! Tem muitas outras situações em que ela é protagonista, mas já falei demais nesta miserável. Vou finalizar por aqui antes que ela apareça de repente e... Aaah! Não deu tempo. Ela é foda! Computador travou. Tive que reiniciar tudo e claro, distraído na escrita, me esqueci de vir salvando. Do segundo parágrafo pra cá, tive que escrever tudo de novo! Eu odeio a Lei de Murphy!

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