quinta-feira, 31 de março de 2011

Sérgio Souto escreve

Com todo apreço

Primeiro eu peço licença
Pra todo povo presente
Pra falar sobre um decreto
Que jogaram sobre a gente

Pra mudar nossos costumes
Nossos hábitos primeiros
Nesse planeta encantado
Nesse grotão Brasileiro

É preciso ter coragem
E também muita vontade
Pra fazer voltar o tempo
Que Deus nos deu de verdade

Não pra agradar o poder
E atropelar sua gente
Em nome de uma tevê
Mas que coisa deprimente!

Mas que falta de carinho
Com o povo que o elegeu
Seu Sebastião Viana Neves
Me diga o que aconteceu?

Não empurre com a barriga
Que o povo vem e lhe cobra
Qual é meu governador?
Não é do senhor essa obra?

Não bula com nossos brios
Com a nossa simplicidade
Temos total consciência
Da sua capacidade

Então respeite a escolha
E a nossa sabedoria
Se perguntar não ofende
Onde anda a democracia?

Não vou mudar meu discurso
Sei muito bem onde eu piso
Sou povo e quero respeito
Pode até chover granizo
“Que eu perco a minha cabeça
Mas não perco o meu juízo”

Não subestime que eu grito
Não grite senão eu canto
Não rasgue minha poesia
Que eu faça mais outro tanto
A liberdade ainda espero
Chegará cheia de encanto.

Deixe alguma coisa boa
Na sua grande biografia
O tempo às vezes perdoa
Mas pode cobrar um dia.

Atrasar nosso relógio
Mexer na nossa harmonia
Quando amanhece de noite
Quando anoitece de dia.

Vai fundo no teu trabalho
Com as ovelhas da Bahia
Com as exportações de peixes
Com as enormes melancias.

Com as camisas da Natex
Com as plantações de cana
Com as toras de madeira
Que saem em caravana.

Cuidando bem dessa gente
Da saúde e educação
Dando mais pão e poesia
E menos prospecção.

É que o povo anda cansado
Meu nobre governador
E não quer por no jornal
O tamanho da sua dor.

Da sua desesperança
Do seu brio e pudor
Gente simples é assim mesmo
Sua bandeira é o amor.

Mas sabe bem o que quer
Conhece bem o seu mundo
Seus rios e varadouros
Seus grutiões mais profundos.

Agora sim me despeço
Mas antes faço um pedido
Espero que o senhor atenda
Esse poeta esquecido.

Palavra é documento
Sei que o senhor não ignora
Faz um carinho pra nós
Traz de volta a nossa hora!!!

Sérgio Souto é poeta, compositor e meu amigo de faz é hora

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