Cútis, crânios e sonhos
Sextas, sexos, festas
Danças, testas, taxas
Bônus, graxas, ânus
Crentes, cristos tristonhos
Textos, revistas, palestras
Livros socados em caixas
Debaixo de beliches e panos
Ingressos vendidos, eventos de graça
Buchichos, fuxicos, senhas secretas
Copos de plástico cheirando a cachaça
Discursos escritos por mãos analfabetas
Rachas, faixas, marchas, sussurros
Descrenças, mitos e controles remotos
Bancos de praça, pombos e churros
Conquistas, danos, contagem de votos
Rasgos de risos estranhos
Doses a mais, exageros
Zoadas, escárnio e dentes
Coxas encostadas em coxas
Bocas fechadas ou frouxas
Coisas tóxicas e dependentes
Bostas, destroços e cheiros
Humanos, perdas e ganhos
Espasmos, orgasmos escrotos
Espinhos de rosas esquecidas
Em vasos – começos de esgotos –
De paixões mal resolvidas
Doenças de mentes aflitas
Conversas cretinas, sem nexo
Propostas, mentiras bem ditas
Pra encaixar côncavo em convexo
Convites, pizzas e táxis
Distâncias, rancores, corações
Telefonemas, cartas, faxes
Palavras incolores, perdões
Xistudos, excessos de refrigerantes
Chuvas, tosses, atchins
Beijos, xaropes expectorantes
Samambaias suspensas em xaxins
Mãos bobas, astutas, espertas
Entre pernas abertas, suspiros de sins
Paus duros esfregando xoxotas alertas
Cobertas por grossas calças jeans
Audaciosos aprendizes, peitos e pés descalços
Areias movediças, gulosas até o pescoço
Algozes profissionais, reis de nós e cadafalsos
Silenciosos, à espreita da caça pro almoço
Rimas pobres, surgidas em assentos de ônibus
Esperanças cansadas, doutoradas em dor
Teimosos achistas que amor tem sinônimos
Antônimos, talvez, mas só plurais tem amor
Um comentário:
Issos, porras! É o velho Braga, rapaz!
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