Narizes tapados, cabeças com toucas,
Mascarados ouvidos, atentos,
Em chegados meus findos momentos,
Agüentarão as pobres falas poucas
As que hei de soprar da catingosa boca,
Por entre restos pretos de dentes,
Dirigidas aos benditos sobreviventes,
Parceiros, heróis de vida igualmente oca
Pra que ninguém nunca esqueça, ainda
Que os lábios e a língua não prestem mais,
Usarei até libras, farei grande alarde
Já que risada em hora de pranto é bem-vinda,
Na lápide, que não se escreva ”Aqui jaz”,
Que se leia em alto relevo “Me aguarde!”.
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