terça-feira, 18 de dezembro de 2012

Poema daqueles dias de noite


Difícil dizer como foi naquele dia
que entrou pela noite
até amanhecer novo dia de novo.

Foi bom até quanto pôde ter ido
então passou a não mais ser tão bom
e ter vindo a ser, mas foi indo

Tinha aquela que me cutucava,
e eu bebia na sua taça.
Me embebedei de seu licor

Tinha aquela outra que só olhava
Mas que não olhava só pra mim
Eu olhava e achava graça

Aí veio uma falta de ar na névoa
E eu bebi relva que escorria
pelos cotovelos da que me beijava

E comi até seus cabelos, com sal
E também inalei seu aroma de jasmim
Mas não cansei não daquela dor

Quando pensei que o dia lá estava
Que era de manhã naquela madrugada
Que na verdade era tarde pra mim

Tinha aquela outra de boca fechada
Mas, quando as lágrimas escorriam
Era quem mais ria e eu gargalhava

E o dia ía se acabando mesmo assim
Vindo a noite, pelas estrelas do céu
e sombreando o sol que se aposentava

Mas quando achei que ía dormir
tinha também aquela vestida de lua
Olhos não fechavam, nem boca fechava

Ela que somente nua se apresentava
Aquela que tinha a pele bronzeada
E a cabeça decorada por um chapéu

E também ele estava ardendo febril
E ali aonde ele estava, naquele lugar
Bem ali, onde sem calor a gente sua

Foram muitas noites e dias sem fim
Que por vezes me esqueço deles
Que outras vezes os guardo em mim.

Nenhum comentário: