sexta-feira, 7 de setembro de 2012

Cenários



Vocês tão mesmo é a fim de fazer o mal né, meninos?! Doidos pra matar. Não querem dinheiro não. Não querem porra nenhuma da gente. Vocês querem é ver gente “morto”! Ter sangue nas mãos, né meninas? Sangue da gente espichando, salpicando nas paredes, escorrendo pelo chão. Tu não quer ver a cor do meu dinheiro não, né, menino?! Tu quer ver  mesmo é a cor da tua mão, vermelha, pintada com meu sangue né, verme!?

Cacete! Filhinho inocente de uma prostituta, desgraçado nessa vida maldita, criatura escapada de um aborto, feitura de um estupro demoníaco, diabo encarnado em ser humano... Um menino!... Um merdinhazim... A porra de um merda de um menino, com uma porra de um revólver de merda... Maldito! Maldito revólver desgraçado! Filho da puta, desgraçado! Maldito momento, desgraçado. Que maldito menino, desgraçado de uma porra!

Eu te dei uma pedrada na cabeça, com toda minha força. Me lembrei, ainda agorinha, da tua cara de medo, de terror. De dor. Humpf! Nem liguei se tu tava me pedindo desculpas. Eu lá queria saber se tu tinha jogado a bola, com toda força, na minha cabeça, de propósito ou não... Eu vi o teu olhar!... Eu vi que tu não quis ter me dado aquela bolada na cabeça! Mas, foda-se! Quem manda num andar com a turma!

Maldito filho de uma puta! Tu quer mesmo é me matar, né desgraçado do inferno? Pega, leva meu relógio, meu filho! Vai embora daqui, pelo amor de Deus! Não mexe com a minha família! Eu te imploro! Eu te dou o que tu quiser! Pega. Vai embora daqui... Vai... Vai se lascar... Pega no meu e balança, filho de uma égua. Leva a mim, deixa ela! Não tem negócio não! Atira, seu merda! Aqui! Aqui, ó! Foi mal, cara... Diga lá! Dibôa?

A gente era colega, quando era ainda estudante. Sei lá... Eu nunca pensei num negócio desse, sabe?! Porra... O cara era legal pra caralho, entende? Como é que pode, né não?! Mas, assim... Cada qual do seu jeito, né?! A vida leva a gente pelo caminho que ela quiser. Quer dizer: Cada um vai no seu caminho, né assim? Né não? É essa nova geração brasileira que, sem educação, com munição, sem noção... Aqui, acolá, se cruza.

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