Chega de ser bonzim,
Pelos ôto, morrer sozim
Pa virar nome de praça
Chega de ser herói
Porque, lhe digo, ói:
Fica tudo é de graça
Tu vai pos carai, ele fica
E sempre essa gente rica
Num liga pra nada, não
Fecha é tua boca na pólva
E depois que tu desce à cova
Tuas coisa, eles passa a mão
Que jeito? Vamo morrer, sim
Mas levano umeno unzim
Desses que quer levar nóis
Na peixeira, no braço,
Na baladeira, no laço
Com a coragem no cós
E quando vierem falar
Que eles só quer ajudar,
Bota as barba de môi
Senta-lhe a mão no cangote
E enfia no bruto um lingote
Mermo no mei dos ôi.
Um comentário:
Isso é que é um cabra valente
bom de briga feito cão danado!
Até sem na boca ter um só dente
a porrada come é pra todo lado!
* * *
Muito bom, Braga. Ao contrário desses, os teus versos estão mais afiados que navalha de barbeiro.
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