sexta-feira, 27 de agosto de 2010

Carta para Eugenio

Pegaste a nossa empregada, hein, safado (rs)! Demorei a me lembrar de ti, compadre. "Quem diabos é Eugenio?" - Pensei. Aí, lembrei. Faz uma pá de tempo né? 96, 97, se não me falha, de novo, a memória. Que bom que estás bem.
Já fui embora do Acre duas vezes. No fim daquele ano, me apaixonei, em Maringá, no Paraná, por uma linda artesã que tinha um olho de gato. Depois de quase um ano de namoro por carta e telefone, me mandei pra lá. Ficamos juntos por uns seis meses, morando em Curitiba. Certo dia, disse pra ela: Vou ali comprar cigarro, amor! Peguei o ônibus e fui em Casimiro de Abreu, Rio de Janeiro, pra ver minha mãe. De lá, fui bater no Piauí, depois segui pra Fortaleza, Ceará.

Fiquei uns oito meses. Certo dia disse pro meu patrão: Vou ali comprar cigarro, tá? Peguei o avião e voltei pro Acre. Quando cheguei, Antônio ainda estava morando naquela mesma casa, onde ficaste hospedado. E a farra continuou.

Mas não foi só farra não. Eu voltei pra fazer o marketing da campanha de um amigo que era candidato a deputado federal. Perdemos a eleição e, quando eu tava me arrumando pra pegar a estrada mais uma vez. Me apaixonei de novo.

Dessa vez foi do vera mesmo. Mas, antes de juntarmos as trouxas, ela me trocou pelo futuro pai dos filhos que ela sempre quis ter e eu não. Meu cabelo caiu, fiquei um ano em tratamento, completamente careca. Pirei.

Quase morro de depressão. Era um fungo que se alimentava de cabelo, imagina! As pessoas demonstravam um misto de pena e medo, até nojo de ficar perto de mim, de pegar na minha mão. Foi foda! Pior de tudo era ter que beber cerveja sem álcool. Fiz uma coleção gigantesca de chapéus e bonés, precisava ver.

Bem, aconteceram muitas coisas. Me tornei o chargista mais festejado da imprensa acriana. Fiz exposição de charges, publiquei livro, ganhei quatro prêmios José Chalub Leite de Jornalismo, na categoria charge... Tudo isso graças à mulher da minha vida: Soraya. Vivi com ela por quatro anos. Fomos embora pro Rio de Janeiro. Foi o fim. Disse pra ela: Vou ali, em Brasília, fazer uma noite de autógrafos e volto já! Faz três anos que moro,
de novo, em Rio Branco.

A gente precisa se reencontrar, quem sabe vou aí em Itacaré, tomar um banho de mar na Praia da Concha ou no Havaizinho, beber cerveja e saber mais de ti, né, parceiro? E contar todos os detalhes interessantes desses longos anos de história.

Fica com Deus.

Abraço do velho Braga

Um comentário:

Eugenio disse...

Pô velho ví agora a carta fiquei deslumbrando. Como sempre os altos e baixos da vida, mas o conhecimento espiritual q temos o fardo tem sempre o peso q agente aguenta.
Parabéns pelo sucesso q vc merece.
Quando quiser vir as portas estarão abertas. Tenho um apreço enorme por vc. Abraços e muita saúde, fica c/ deus.
P.S. Essa parada de empregada nada a ver...