O bar dos xaropes
Cleber Borges
Cleber Borges
Perambulando pelo labirinto da minha consciência, dissertando acerca de temas que afligem a humanidade, subitamente surgiu a vontade de discorrer sobre minhas idiossincrasias, ou melhor, sobre o lugar-comum que freqüento, não sei se, esporádica ou habitualmente: o Bar do Bigode.
O paradoxo é que apesar de meus amigos chamá-lo também de le moustache, nem bigode ele ostenta mais. Só sei que o lugar é ímpar. Parece até que há um certo magnetismo, pelo menos para a macharada que anda por lá.
O point da Travessa Júlio César, na Cerâmica, não remete a nenhum coliseu romano, mas a um pequeno espaço que congrega, eu diria, o mais eclético refúgio dos notívagos acreanos. Lá freqüenta de um tudo! De “adevogados” a jornalistas, de empresários a fazendeiros, de funcionários públicos a intelectuais, de playboys do seringal a professores. Nunca vi um policial naquelas imediações, mas sei que, de vez em quando, aparece na área o Delegado e um tal de Major.
O Bar do Bigode é singular, mas seus freqüentadores ou andam no plural ou no diminutivo. Cê quer ver? É o Manelzinho, Caladinho, Sapatinho...
Lá, como na maioria das tribunas ou consultórios psiquiátricos do mundo, se busca resolver problemas existenciais de cada um e da humanidade. Por isso, o lugar é salutar! Presença feminina? Nem pensar! Só daquelas que são muito bem resolvidas ou têm peito e audácia suficientes para desfilar em frente daquele batalhão.
Mas, quando elas passam, o respeito é tamanho que as mais belas são aplaudidas e, detalhe: de pé! É o supra-sumo da reverência! Não diria que é civilidade exacerbada, mas escassez mesmo e idolatria pelo sexo feminino, principalmente depois do terceiro copo.
Lá, a gente discute sexualidade, moralidade, a Lei Seca, a Lei Maria da Penha e, ultimamente, uma tal que foi criada em 1941 e que até hoje continua proibindo venda de bebidas a bêbados. Essa tem sido nosso mote preferido para encher a paciência do Bigode, um verdadeiro lorde que, depois das onze esquece a diplomacia e expulsa todos daquela adorável esquina, seja rico, pobre, preto, bonito ou feio.
Aliás, para o Bigode todos são iguais e “xaropes”. É por isso que nós o amamos tanto. Saiba que, para entrar no seleto clube é preciso passar por uma triagem mais apurada que a do Iapen. Mas, se você estiver afinado e disposto a ver o mundo do melhor prisma destas plagas é só tentar. Resta saber se será admitido.
Como diria o professor Bosco, lá você pode viajar por todo o arco-íris ideológico da sociedade cristã-racional civilizada, baseado na lógica cartesiana. Mas, contrapondo-se ao diletantismo do professor, o Adal, outro "xarope" freqüentador do Bigode, diz que tudo isso não passa de pura “canecagem”.
O paradoxo é que apesar de meus amigos chamá-lo também de le moustache, nem bigode ele ostenta mais. Só sei que o lugar é ímpar. Parece até que há um certo magnetismo, pelo menos para a macharada que anda por lá.
O point da Travessa Júlio César, na Cerâmica, não remete a nenhum coliseu romano, mas a um pequeno espaço que congrega, eu diria, o mais eclético refúgio dos notívagos acreanos. Lá freqüenta de um tudo! De “adevogados” a jornalistas, de empresários a fazendeiros, de funcionários públicos a intelectuais, de playboys do seringal a professores. Nunca vi um policial naquelas imediações, mas sei que, de vez em quando, aparece na área o Delegado e um tal de Major.
O Bar do Bigode é singular, mas seus freqüentadores ou andam no plural ou no diminutivo. Cê quer ver? É o Manelzinho, Caladinho, Sapatinho...
Lá, como na maioria das tribunas ou consultórios psiquiátricos do mundo, se busca resolver problemas existenciais de cada um e da humanidade. Por isso, o lugar é salutar! Presença feminina? Nem pensar! Só daquelas que são muito bem resolvidas ou têm peito e audácia suficientes para desfilar em frente daquele batalhão.
Mas, quando elas passam, o respeito é tamanho que as mais belas são aplaudidas e, detalhe: de pé! É o supra-sumo da reverência! Não diria que é civilidade exacerbada, mas escassez mesmo e idolatria pelo sexo feminino, principalmente depois do terceiro copo.
Lá, a gente discute sexualidade, moralidade, a Lei Seca, a Lei Maria da Penha e, ultimamente, uma tal que foi criada em 1941 e que até hoje continua proibindo venda de bebidas a bêbados. Essa tem sido nosso mote preferido para encher a paciência do Bigode, um verdadeiro lorde que, depois das onze esquece a diplomacia e expulsa todos daquela adorável esquina, seja rico, pobre, preto, bonito ou feio.
Aliás, para o Bigode todos são iguais e “xaropes”. É por isso que nós o amamos tanto. Saiba que, para entrar no seleto clube é preciso passar por uma triagem mais apurada que a do Iapen. Mas, se você estiver afinado e disposto a ver o mundo do melhor prisma destas plagas é só tentar. Resta saber se será admitido.
Como diria o professor Bosco, lá você pode viajar por todo o arco-íris ideológico da sociedade cristã-racional civilizada, baseado na lógica cartesiana. Mas, contrapondo-se ao diletantismo do professor, o Adal, outro "xarope" freqüentador do Bigode, diz que tudo isso não passa de pura “canecagem”.
Jornalista e xarope
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